28 de março de 2014

Uma xícara de calmaria, por favor.

Finalmente consegui parar um pouco. A tal correria está conseguindo acabar com toda a minha disposição. Toda! Acordo às seis e meia da manhã, engulo o café que nem sempre está na mesa, pego minha mochila e vou estudar, chego em casa uma hora da tarde, engulo o almoço, ufa… Descansar? Não. Lavo a louça, passeio com o cachorro, pego o violão e já está na hora de ir à aula, volto pra casa, abro os lembretes na esperança de não ter mais nada pro dia de hoje e me deparo com mil trabalhos a serem entregues no dia seguinte, faço tudo na correria, pego um livro e agora sim, meu momento de paz começa. Ou não. O tempo passa rápido, preciso abrir a caixa de e-mails, ler os tweets que me mandam, responder e ficar um pouco naquela tal rede social chamada twitter. (Tá, brincadeirinha, eu sempre estou no twitter, tendo tempo para isso ou não). Olho o facebook, curto algumas coisas e logo fecho, afinal nunca me sobre paciência suficiente pra passar mais de 20 minutos por lá. Enfim, consegui acessar todas as redes sociais e com isso logo percebo que não é só a minha vida que anda corriqueira e sim a vida de todos.
O tempo não pára e sempre acaba rápido demais, o dia que parecia ter suas 24h completas parece não ter mais que uma hora e meia. Eu, uma pessoa completamente calma, sem pressa para fazer trabalhos, se arrumar, ler, responder e-mails, enfrentar o trânsito caótico de Brasília - Brasília is the new São Paulo -, sem pressa para viver, agora vivo num mundo onde tenho certeza que se eu parar pra pensar no tempo ele me engole. Passa por cima de mim facilmente. Por onde anda a calma de cada dia? Será que se começarmos a levar as coisas de forma mais leve o índice de pessoas altamente estressadas com a vida vão abaixar ou será que a correria é capaz de acabar com todo mundo se em algum momento simplesmente pararmos? Não nasci pra viver correndo, isto é certeza.
Final de semana e tudo que eu quero é descansar, vou pra uma cafeteria (um dos meus lugares favoritos), pego o cardápio e estou procurando algo diferente, diferente de um pingado, de um cappuccino e até mesmo de um mocha. Olho ao redor e passo os olhos mais uma vez no cardápio e no jovem impaciente que está ao meu lado esperando para anotar o pedido, nada feito, não achei, o que me resta é olhar pra ele e pedir a única coisa que pode me salvar de uma canseira profunda: é… hã… uma xícara de calmaria, por favor.

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