Eram onze e meia da noite de um sábado em São Paulo – não, a história
não acontece numa balada -, eu deveria estar aproveitando minha juventude,
dançando, cantando, e fazendo tudo o que gosto com a galera da república, mas
esse dia eu quis ficar sozinha, acompanhada de um som, um pedaço de papel, uma
caneta e incensos de canela. Por quê? Porque eu finalmente senti que um vazio
tomava conta dos meus pensamentos e sentimentos, ausência de algo que há tempos
eu não sentia e nem via (sim, via)... o amor. Não quero que este seja apenas
mais um texto cheio de ‘mimimi o amor’, aliás, eu mesma já cansei de ler (e
fazer) coisas desse tipo. Cansei.
Uma coisa que me incomoda profundamente: falar a palavra “amor” e as
pessoas acharem que quando estou falando sobre me refiro (apenas) ao sexo e a
um namoro. Por favor, vamos entender, né.
Resolvi escrever sobre esse
sentimento confuso e... blá blá blá. Não tinha o que escrever sobre ele. Não
naquele momento. Precisei buscar algo que, pelo menos, me parecesse amor.
Coloquei o casaco e saí por aquelas ruas movimentadas, não é possível que no
meio de tanta gente eu não acharia o que tanto procurava. Nada me parecia ser
amor. Como assim? Onde está o problema: em mim ou no mundo? [Foi a primeira
coisa que pensei]. Cheguei à conclusão de que o problema está em nós. Em mim
pelo simples fato de tão pouco conhecer o amor, e no mundo por não nos
mostrá-lo inteiramente como deve ser. Pode parecer cafona ou errado, mas até
que me provem o contrário eu acreditarei nisso.
Tantos “eu te amo” vazios
por aí, tanto abandono nas horas difíceis, tantas palavras que deviam partir
desse sentimento que foram, são e provavelmente continuarão sendo em vão,
ausência de apoio, de ajuda ao próximo... Tanta falta de amor! Voltei pro
cantinho onde resolvi ficar enquanto os outros curtiam, peguei a caneta e o
pedaço de papel que ao sair deixei em cima da mesinha de centro e a única coisa
que consegui escrever foi: procura-se amor.
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